Dívidas já tiram 6 horas de trabalho por mês dos funcionários, aponta estudo global
Levantamento da Mercer com 21 mil profissionais mostra que preocupação com dívidas afeta saúde mental e produtividade

Um estudo global da consultoria Mercer revela que profissionais estão perdendo, em média, 6 horas de trabalho por mês só para lidar com preocupações financeiras. O relatório Global Talent Trends (GTT) mostra que há uma relação próxima entre burnout e falta de dinheiro. Oito em cada 10 profissionais mapeados com risco do transtorno de esgotamento profissional têm, como principal causa, problemas financeiros ligados a dívidas.
A consultoria reuniu opiniões de quem toma decisões, como presidentes, diretores, conselheiros e gestores de RH, e também de quem está na linha de frente, somando mais de 21 mil participantes em 17 países, incluindo Brasil, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido.
No Brasil, o cenário é especialmente alarmante. Pela primeira vez, o número de inadimplentes ultraou a marca de 70 milhões de pessoas, o equivalente a 42% dos adultos do país, patamar recorde, como mostrou VEJA. Não por acaso, estudo da GHR mostra que o burnout é uma realidade onipresente nas empresas brasileiras. Segundo o médico Wagner Gattaz, fundador da GHR, cerca de 20% dos profissionais consultados na pesquisa sofrem do transtorno.
Um dos efeitos do endividamento, segundo o relatório da Mercer, é o presenteísmo, estado em que o trabalhador está fisicamente presente, mas mentalmente ausente, com dificuldades de concentração e desempenho produtivo. Para ajudar as empresas podem investir em programas de educação financeira que ajudem a organizar as finanças e istrar dívidas reduzem o estresse e melhoram a saúde mental dos funcionários, aponta a consultoria.