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Atriz de ‘A Viagem’, por que Thais de Campos saiu no auge da TV Globo 203p3w

Morando em Portugal, a agora professora conversa com coluna GENTE sobre baixa audiência de novelas atuais e relata que já sofreu assédio de diretor 2k253g

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2025, 11h10 - Publicado em 4 jun 2025, 07h00

Thais de Campos, 61 anos, comemora mais uma reprise, a sétima, de A Viagem (1994), pela TV Globo. Destaque na novela espírita, ela mora em Portugal há 25 anos, onde abriu a primeira escola de televisão do país. Ainda voltou a atuar por aqui em algumas participações, como nas novelas Fina Estampa (2011) e Boogie Oogie (2014). Mas já estava totalmente voltada a seus projetos na Europa. Em conversa com a coluna GENTE, durante o Desert Women Summit, realizado entre 23 e 28 de maio em Erfoud, no Marrocos, Thais analisa a baixa audiência das produções atuais e relata um episódio em que sofreu assédio de um diretor.

Você se mudou para Portugal bem antes desse boom de brasileiros por lá. A que se deveu essa mudança? É, só não fui antes dos dentistas (risos). Na realidade, digo que vivo na ponte aérea Brasil-Portugal desde 2000. Fui para Portugal abrir a primeira escola de televisão no país. Fiz uma escola de teatro e de cinema, a Arte 6. Era o momento em que o Brasil estava exportando o modo de ver o mundo que era só nosso, com as novelas.

Tem acompanhado a baixa audiência das novelas no Brasil? O tempo está diferente. A gente não tem mais muita paciência. Ver 200 capítulos é complicado. Tem a ver com o streaming. As coisas vão se modificando e vão melhorando. A gente já não perde tanto tempo vendo novela. Deixou de ser uma junção de um momento familiar. Antes a gente sentava para ver com a mãe, a filha… A televisão, na época das novelas, juntava as pessoas. Há algum tempo já não junta mais ninguém.

Vê solução para a crise? Tem que se adaptar. É uma realidade que não pode ser ignorada. O ser humano não pode ter medo. Acho que tem que ser feito ficção, dramaturgia para telefone, dialogar com o público que está somente nas redes, fazer formatos mais rápidos e menores, em pílulas. Precisa fazer dramaturgia de cinco minutos.

Onde está o problema: no texto ou nos atores? É um conjunto, né? Precisa pegar de novo a mão disso. O que é o sucesso? É falar o que o público quer ouvir. Mas antes de falar o que o público quer ouvir, você precisa saber para onde está falando. O formato da televisão é assim. Mas aí querem trazer aquela novidade do streaming em um formato antigo de TV. Estão perdendo a mão.

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É a favor de influenciadores escalados para novelas? Acho um grande erro. Ainda mais eu, sendo atriz e professora de interpretação para televisão e cinema. Primeiro, dramaturgia é coisa séria. Mexer com arte é uma coisa e mexer com rede social é outra. As pessoas não sabem nem que a comunicação que estão fazendo, gravam vídeos no telefone apenas se olhando. É uma loucura, um mundo de narcisistas. A maioria não tem conhecimento para poder ar em dramaturgia. A arte modifica as pessoas, modifica uma nação, cura, salva as pessoas, tem poder de comunicação, de modificação tão grande que Hitler utilizou o cinema como arma.

É a sétima vez que A Viagem é reprisada. A que se deve tanto sucesso? E você sabe que o ibope no dia da estreia bateu a novela das nove? Acabou com a novela das seis, acabou com a novela das sete e bateu a das nove. É impressionante. Ali foi uma junção de acertos. Por isso gosto tanto de dirigir. A direção é o todo. É saber escalar a pessoa certa para o papel certo, saber escalar a mãe para a filha e o namorado para a namorada. Cada um com seus temperamentos.

Que recordações traz da época das gravações? É engraçadíssimo, porque é uma novela que mexeu muito. Assim como Mulheres de Areia também mexeu, mas A Viagem mexeu mais porque trabalhou a espiritualidade. Cada vez mais precisamos tratar nossa espiritualidade. A Viagem foi esse sucesso porque nos traz curiosidade e conforto. Na época, quando eu ia gravar em Teresópolis (RJ), num campo de golfe onde era o céu, não aparecia cachorro. Só tinha cisne, cavalos… Uma criança entrou em contato com Wolf (Maya, diretor) e disse que estava muito triste, porque o cachorrinho dela morreu e não foi para o céu. Isso porque a novela não mostrava cachorros e gatos. Aí começaram a botar cachorro, gato, pássaros… Para você entender como a arte influencia.

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Por que a Globo não investiu mais em novelas espíritas? Seria medo dos evangélicos? Mas o público evangélico já tem o canal deles, a Record, já está lá com material para eles. Estão fazendo todas aquelas séries evangélicas, séries bíblicas, que é muito o que o público quer. E vou te dizer uma coisa: estão certos. Estão fazendo o que o público quer. O que é o que dá sucesso? É o que o público quer.

Gosta de remakes? Remake é perigoso. É como pegar um livro e fazer um filme. Vai ter sempre uma tendência a uma referência interna. E ainda tem o compromisso de ter que ser fiel àquela obra. É muito difícil. Já pediram, tentaram falar várias vezes para o Wolf refazer A Viagem, mas Wolf nunca quis remake. Eles estão tentando fazer isso, sondam há dois anos.

Como foi a decisão de ir para trás das câmeras? Tenho prazer em dirigir e em dar aulas, em tocar o ser humano. Gosto de melhorar o outro. Até durante a minha carreira como atriz, acho que modifico as pessoas, influencio. Sempre tive a noção da importância que um ator tem na vida.

À distância do Brasil, você se posiciona politicamente? Não gosto de me meter em política. Até tive um convite de fazer parte de uma chapa em Portugal. Já me chamaram também no Rio para um cargo em Secretaria de Cultura. Não quero me envolver com política. Para entrar numa coisa, tem que entrar para ganhar, para vencer e dominar; ou então está jogando igual. É um esquema tão podre, já tão corrompido, para que vou perder meu tempo com isso? Vai dar dor de cabeça e me queimar.

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Como você vê esse momento de mulheres que agora vêm a público falar sobre machismo, inclusive nos bastidores da TV? Isso é necessário, tudo tem que ser dito, mas também que tem que ser real. Porque também tem muitas mulheres que se aproveitam. As coisas têm que ser colocadas no lugar certo, na hora certa. Com cuidado, né? Acho que, às vezes, vira um esquema.

Já sofreu assédio na TV? Já, quando eu era mais nova. Sofri, mas não era um assédio assim… Foram convites, entende?

Como foi? Aquelas coisas… De diretor. Mas nunca relacionado a sexo… ‘Senão você não vai fazer…’. Era aquela coisa da sedução do diretor com a menina mais nova, mas nunca foi uma moeda de troca. Não pode existir moeda de troca, a gente tem que se colocar. Mas tem que ter cuidado, às vezes você pode acabar com a vida de uma pessoa, sem realmente ter culpa. Sou contra as bandeiras que massacram. Tem que punir, tem que falar, mas não precisa dessa violência por parte das redes sociais.

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Como se livrou desse diretor? Falei que não queria. Também é uma coisa de posicionamento. Não se tem possibilidade de se negociar seu trabalho ou seu talento através do seu corpo. Não pode ser, não mesmo.

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