Bolsa reage mal ao risco de Lula usar a Petrobras para cobrir rombo fiscal
Analistas não veem com bons olhos a possibilidade de o governo usar dividendos de estatais para gerar novas receitas

Os analistas da Genial Investimentos e do Bradesco BBI enxergam um risco de o governo Lula utilizar a Petrobras como ferramenta para aumento de arrecadação em 2025. A manobra se daria por meio de um pagamento de dividendos extraordinários que beneficiaria os acionistas da estatal — entre eles a União, com direito a cerca de 40% desse montante. O risco, segundo eles, é de esvaziamento do caixa para o cumprimento dos investimentos previstos pela companhia. “A pressão para distribuir recursos pode limitar a capacidade de investimento da companhia em projetos estratégicos, afetando seu crescimento futuro. Além disso, a falta de clareza sobre os critérios para essa distribuição pode aumentar a percepção de risco regulatório entre os investidores”, escrevem os analistas da Genial Investimentos em relatório enviado a clientes.
As ações da Petrobras têm decepcionado os investidores em 2025. Os papéis acumulam desvalorização de 14% no ano, enquanto o Ibovespa sobe na casa dos 15% no ano. Em outro relatório, os analistas da XP Investimentos também temem que a estatal pague a conta de um pacote do ministério de Minas e Energia que propõe mudanças no imposto de participação especial (SPT), no preço de referência do petróleo da ANP, um leilão de direitos de produção em áreas não contratadas e leilões permanentes e de blocos exploratórios.
Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:
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