PUC vai suspender alunos que usaram ‘cotistas’ e ‘pobres’ como xingamento
Quatro estudantes serão punidos por 'condutas discriminatórias' contra discentes da USP durante uma partida de handebol entre as duas faculdades

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) informou que irá suspender quatro alunos da faculdade de Direito pela prática de racismo e discriminação durante os Jogos Jurídicos de 2024. Na ocasião, os estudantes da instituição usaram os termos “cotistas” e “pobres” para insultar adversários do time da USP em uma partida de handebol.
Segundo a decisão divulgada pela PUC-SP na última quinta-feira, 5, os quatro responsáveis pelas ofensas — os estudantes da Faculdade de Direito Arthur Martins Henry, Matheus Antiquera Leitzke, Tatiane Joseph Khoury e Marina Lessi de Moraes — ficarão impedidos de frequentar o campus universitário pelo período de trinta dias a partir do início do próximo semestre letivo, em 1º de agosto, e também serão obrigados a cursar disciplinas sobre “igualdade racial, justiça social e direitos humanos” durante um ano.
O episódio ocorreu em 16 de novembro do ano ado e ganhou repercussão massiva, gerando revolta e protestos nas redes sociais. Os estudantes foram identificados a partir de vídeos que circularam online — nos dias seguintes ao ocorrido, os quatro discentes foram demitidos de seus estágios em escritórios de advocacia em São Paulo.
Universidade deve elaborar código de conduta para eventos
Em nota publicada nas redes sociais, a reitoria da PUC-SP informou que será elaborado um código de conduta para eventos estudantis e esportivos, que deve ser divulgado em até sessenta dias. Segundo a instituição, o objetivo é “garantir que o ambiente universitário seja cada vez mais seguro, plural e comprometido com os princípios democráticos e os direitos fundamentais”.
No mesmo comunicado (leia abaixo na íntegra), a PUC diz que a suspensão dos estudantes seguiu “amplo processo de escuta, diálogo e responsabilização” conduzido pelo Núcleo de Mediação e Justiça Restaurativa, e que as punições “devem ser vistas não apenas como castigo ou inquisição, mas como ferramentas pedagógicas capazes de promover mudança e amadurecimento individual e estrutural”.